Governo restringe acesso de beneficiários do Bolsa Família e BPC a sites de apostas online

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Nova norma obriga plataformas de apostas a verificar CPFs em sistema federal e bloquear contas de beneficiários de programas sociais. A medida busca proteger recursos públicos e evitar riscos financeiros.

O governo federal publicou uma nova norma que impede beneficiários do Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada (BPC) de realizarem apostas em plataformas online — as chamadas bets. 

A determinação, que entrou em vigor em 1º de outubro de 2025, cumpre uma decisão cautelar do Supremo Tribunal Federal (STF) e segue recomendações do Tribunal de Contas da União (TCU). 

O objetivo é evitar o uso de recursos públicos destinados à assistência social em apostas e proteger famílias de baixa renda de possíveis prejuízos financeiros. 

 

  • Como as empresas vão identificar os beneficiários 

 

Para garantir o cumprimento da norma, o Ministério da Fazenda criou uma base de dados específica com informações de quem recebe o Bolsa Família ou o BPC.
As plataformas de apostas deverão consultar essa base por meio do CPF do usuário, tanto no momento do cadastro quanto nos logins e verificações periódicas. 

Essas consultas serão feitas pelo Sigap (Sistema de Gestão de Apostas), desenvolvido pelo Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), que faz parte do novo Módulo de Impedidos — um sistema federal que reunirá informações sobre cidadãos impedidos de realizar determinadas atividades reguladas. 

  • O que acontece com quem já tem conta em uma bet 

Caso o sistema identifique que um usuário é beneficiário de um dos programas sociais, a empresa terá até três dias para encerrar a conta e devolver o saldo existente integralmente ao titular.
Essa devolução deve ser feita sem descontos, taxas ou retenções. 

As empresas também estão obrigadas a realizar verificações periódicas, pelo menos a cada 15 dias, para identificar se algum cliente passou a integrar a base de beneficiários após já ter aberto a conta.
Assim, o bloqueio pode ocorrer mesmo que a pessoa só tenha começado a receber o benefício depois de se cadastrar. 

  • Prazos para adaptação das plataformas 

A norma entrou em vigor em 1º de outubro, mas as empresas receberam 30 dias para implementar os procedimentos obrigatórios.
Além disso, dentro de 45 dias a partir da publicação, todas as plataformas deverão realizar uma verificação completa dos CPFs cadastrados em seus sistemas. 

  • O beneficiário perde o Bolsa Família ou o BPC? 

Não.
O governo esclarece que nenhum benefício será suspenso por conta da nova regra.
A responsabilidade pelo bloqueio é exclusivamente das empresas de apostas, e não dos cidadãos. 

Ou seja, o beneficiário não sofrerá penalidades nem deixará de receber o auxílio. 

  • Por que a medida foi criada 

A decisão atende a uma determinação judicial do STF e segue orientações do TCU para garantir o uso adequado dos recursos públicos.
Segundo o Ministério da Fazenda, a iniciativa busca inibir o uso de benefícios sociais em jogos de azar e promover o consumo consciente entre famílias de baixa renda. 

“O objetivo é proteger recursos públicos e evitar que beneficiários de programas sociais se exponham a riscos financeiros em apostas”, destacou o secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, Regis Dudena. 

  • O que é o “Módulo de Impedidos” 

O Módulo de Impedidos é um novo sistema em desenvolvimento pelo governo federal que permitirá cruzar dados de diferentes programas sociais e políticas públicas.
Com ele, o Estado poderá identificar automaticamente cidadãos que não podem participar de determinadas atividades reguladas, como apostas, créditos subsidiados ou programas de incentivo fiscal. 

O Sigap, utilizado pelas empresas de apostas, é a primeira etapa desse sistema. 

  • Em resumo

  • Beneficiários do Bolsa Família e do BPC não podem abrir nem manter contas em sites de apostas. 
  • As empresas devem consultar o Sigap e bloquear cadastros de beneficiários. 
  • O bloqueio não afeta o recebimento dos benefícios sociais. 
  • A medida visa proteger recursos públicos e evitar endividamento de famílias vulneráveis. 

 

 

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